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O mundo pós-moderno é horizontal, caótico, diverso, imprevisível e cheio de oportunidades. Um mundo tentador com um cardápio infinito de opções. Em contrapartida, diante dessa condição de múltiplas alternativas, devemos assumir responsabilidades de autor ao invés de patrocinador. E, diante de tantas escolhas, os gatilhos da ansiedade disparam. Viver é uma angústia.

Neste momento, experimentamos a transição. Um pé cá, o outro lá e o chão se movendo sob nossos pés. Precisamos não só mudar o modelo mental, mas, também, estar dispostos a ter conversas difíceis, por exemplo, sobre a continuidade da vida na Terra.

Afinal, diariamente a realidade desnuda uma de suas facetas. Sim, ela é mutante e é nesse cenário que precisamos atuar e prosperar. Nosso desafio é seguir nos desenvolvendo – enquanto indivíduos e sociedade – e ajustar nossa bússola para navegar, da melhor forma, nessa realidade líquida.

Inteligência artificial, NFT, blockchain, metaverso, transumanismo…. Estamos sendo inundados pela disrupção provocada pela tecnologia e parece que não temos outra saída a não ser “nos familiarizar com o estranho” e aprender como uma criança que acaba de chegar ao mundo!

A nova ordem é não obedecer a padrões. É reaprender. É um mundo de autonomia. É uma vida muito mais livre do que aquela que nossos antepassados conheceram. Mas, também, muito mais difícil porque teremos que responder, permanentemente, por todas e cada uma das nossas escolhas. Não há cartilhas, assim como não há lugar para pretextos.

Este novo Mundo demanda aprendizado acelerado e desenvolvimento urgente de competências pessoais. O tripé: Conhecimento, Habilidades e Atitude é mais crítico do que jamais foi para o indivíduo que quer manter sua vantagem competitiva.

Conhecimento é saber. Habilidade é saber fazer. Atitude é ir lá e fazer. Uma ideia vale ouro, executar uma ideia não tem preço, principalmente num cenário em transformação.

E aqui escolho colocar a ênfase sobre a Atitude. Arregaçar a mangas e agir requer um conjunto sofisticado de soft skills para transitar com êxito neste mundo complexo. Habilidades relacionadas ao pensamento crítico e analítico, a soluções de problemas complexos, à inovação, criatividade, originalidade e iniciativa, influência social, resiliência, inteligência emocional, persuasão e negociação tornaram-se imperativas.

Hoje me despeço, já com saudades, desta coluna e do doce desafio que ela representou, deixando uma pergunta para vocês: Será que toda esta transição seria menos angustiante se tivéssemos em nosso repertório simbólico mais narrativas otimistas sobre o amanhã?? Desde a década de 60, muitos filmes e livros nos apresentaram uma visão pessimista e distópica sobre o futuro. De lá para cá, o acervo do nosso imaginário cresceu, mas foram raras as ocasiões em que apostamos num futuro melhor.

Seria sensacional se colecionássemos narrativas do amanhã que fossem, ao mesmo tempo, realistas e promissoras. Pragmáticas e cheias de esperança. Mas, ainda há tempo. E cabe a nós, autores da nova realidade, construir narrativas em que este presente-futuro seja encarado como uma grande força impulsionadora da nossa evolução. A experiência humana está em modo beta e é nessa hora que o amanhã é escrito, não há tempo a perder.

Artigo publicado na Revista Coaching Brasil, 2022.