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Sei o que preciso fazer e quando devo começar. Por que ignoro o passar do tempo e escolho me dedicar a tarefas menos importantes, aguardando um suposto “momento certo” para lidar com minhas prioridades?

Quando opto por deixar algo para “amanhã” e justifico essa decisão para mim mesmo, sinto uma sensação de alívio. Ao mesmo tempo, reconheço uma (velha) desculpa… Sinto que estou entrando no labirinto de sempre e que vou acabar com um sentimento de culpa dez vezes maior do que aquele breve alívio.

Esse labirinto perverso tem potencial para afetar minha saúde e pode comprometer meu desempenho profissional e meus relacionamentos. Mesmo assim, insisto em deixar meu futuro em compasso de espera…

Que condição interna é essa que enfraquece minha autoconfiança e capacidade de progredir? Olho para dentro de mim e percebo que o medo se impõe…

Sabemos que o melhor antídoto contra o medo de avançar é enfrentá-lo, dando um primeiro passo firme. Por que, então, me permito adotar um comportamento autolimitante que – ao invés de me lançar ao aprendizado, ao crescimento e à realização – expande ainda mais esse medo?

Uma das respostas para resolver esse dilema está no amor-próprio. E não me refiro à autoestima. Autoestima existe na dimensão da mente, se desenvolve com base nos cinco sentidos e no que aprendemos sobre nós a partir do olhar do Outro. Por isso, conquistar aquela vaga de emprego disputada ou perder três quilos podem elevar nossa autoestima.

Já o amor-próprio é bem diferente… vem da autoconsciência, é um voto intrapessoal e inalienável. É a aceitação plena de quem você é. É uma visão clara, objetiva e positiva de si mesmo e da sua jornada.
O amor-próprio não varia de acordo com o número de “curtidas” que você atinge na escala de aceitação social. Amor-próprio é compromisso consigo mesmo, com seu bem-estar, é autocompaixão. É a convicção interna de que sua vida – com seu cardápio variado de experiências – é seu projeto mais valioso e, por isso, merece atenção contínua, reforço positivo, investimentos e eventuais
correções.

Quando, finalmente, desligamos o piloto automático e nos permitimos ser e estar conscientes, descobrimos que sem amor-próprio a vida não flui. Daí, abrimos mão do “perfeccionismo”, do “desempenho máximo” e buscamos resultados que equilibram capacidade, talento e harmonia.

Então, da próxima vez que você pensar em “deixar para amanhã”, pare um instante…, respire profundamente… e escolha sair do labirinto do medo e contemplar sua vida com curiosidade e reverência. Tome para si a imensa força que reside no Agora e faça já aquilo que você sabe que precisa ser feito.

Artigo publicado na Revista Coaching Brasil, 2022.